domingo, 6 de dezembro de 2009

A Fita Branca de Michael Haneke e o cinema de Ingmar Bergman




Numa recente conversa com colegas sobre diretores de cinema, resolvemos simular nossas listas com nossos diretores de cinema que ainda estão vivos.
Nestas listas infelizmente ficam de fora muitos dos grandes diretores como Ingmar Bergman. Bergman tem tantos filmes maravilhosos e muitos deles sairam agora em DVD no Brasil.
Assisti a muitos ainda este ano e os filmes são perfeitos.
Bergman e Sven Nykvist(diretor de fotografia) realizam ótimos filmes como o "Vergonha" (Skammen) - 68 todo filmado em preto e branco.
Mas como Bergman não entra na lista, tive que rechear minha lista com diretores atuais.
Em outubro tivemos a Mostra de Cinema de São Paulo e a conversa nas filas, a reação do público apontava sempre para o novo filme do diretor alemão Michael Haneke "A Fita Branca" - Das weisse Band(2009).
Todo filmado lindamente em preto e branco(Christian Berger), o filme retrata uma mini-vila na Alemanha em 1913.
Haneke mostra todos os tabus e toda a violência das famílias desta pequena vila.
Pais que impõe uma educação super rígida, violência urbana, relações conturbadas de casais e religião são os temas do filme.
Muitos especulam que Haneke quis mostrar o embrião de uma sociedade que evoluiria para uma sociedade alemã pautada pelo surgimento do nazismo.
Numa entrevista para o jornal "El País" no entanto, Haneke fala que seu filme retrata esta mini sociedade alemã, mas poderia representar qualquer comunidade e representar o surgimento de qualquer violência.
Acho que o filme de Haneke é mais atual do que nunca e podemos até pensar que hoje em dia continuam existindo todos estes elementos na nossa sociedade.
Será que não estaria aí a explicação para a atual onda de violência e o desejo de fazer guerra e tortura para interesse de poucos?
A Professora de Piano(2001), Cachê(2005) e Violência Gratuita(97) são destaques da filmografia de Haneke que faz agora este maduro "A Fita Branca" vencedor da Palma de Ouro em Cannes.
Michael Haneke me convenceu e com este seu filme certamente entrou na minha lista.

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