domingo, 22 de agosto de 2010

Mambo Django - quinta 26/08



*Será nesta quinta feira no Syndikat com Fernando Chuí.
www.syndikat.com.br

*Sábado 28/08 será a vez da Caviars Blues Band no Blue Bar.
r. gumercindo saraiva 289 (prédio da Dacon)
www.thebluebar.com.br

*Sábado 04/09 apresentação no Garimpo.
www.ogarimpo.com

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Procurando Elly - Irã 2009


Esta é mais uma super dica de um filme potente do diretor Asghar Farhadi que ganhou o Urso de Prata no Festival de Berlin em 2009 por sua direção. Não se trata de um filme iraniano corriqueiro, mas mostra uma faceta moderna e realista de uma cinematografia que gosto muito. Todo filmado como se estivéssemos fazendo parte da narrativa, participando dos sofrimentos e discussões dos atores, que aliás estão interpretando com um vigor impressionante. O diretor de fotografia Houssein Djafarian consegue impor este clima tenso com simplicidade e muito talento. Reparem na iluminação na primeira parte do filme e nas colorações escuras do final. Lembro muito das estações de Rohmer e Antonioni( A Aventura). Como é realista podemos perceber aspectos culturais e morais da cultura iraniana no que diz respeito às relações entre casais e principalmente sobre o assunto mulheres. Gerou certa polêmica pois o governo n gostou que a atriz Golshifteh Farahani(Sepideh)tivesse participado do "Rede de Mentiras" de Ridley Scott sem uma permissão cultural necessária no Irã, mas o próprio Ahmadinejad indicou o filme para o Festival Fajr em Teerã. Foi também o candidato do Irã ao Oscar.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

A Mulher sem Cabeça - 2008


Este é o terceiro longa da diretora argentina Lucrécia Martel que filmou os ótimos "O Pantano" 2001 e "A Menina Santa" 2004. A trama é bem simples: mulher atropela algo na estrada e não para para ver o que aconteceu. No desenrolar do filme começa sentir um processo de culpa e desconforto com o mundo. A mulher interpretada pela atriz Maria Onetto "perde a cabeça" e durante todo o filme Lucrécia Martel quer mostrar como ela entra neste estado de entropia psicológica e subverte seu jeito de ver o mundo. Para isso a diretora mostra um domínio aboluto das técnicas cinematográficas usando enquadramentos claustrofóbicos e uma iluminação (como nos seus outros dois filmes)bem pessoal. O uso do som extracampo também ajuda a criar uma atmosfera de suspense. Com enquadramentos precisos e com a ação principal se desenrolando ao fundo podemos até imaginar que as ações do segundo plano são interpretações do que se passa na mente da atriz, que usa um belo cabelo hitchcockiano. Notem como a diretora extrapola as bordas do enquadramento deixando os espectadores com uma sensação de indecisão e mal estar durante todo o filme.
Notem também para os olhares de todo o elenco pois ele revela muito sobre o que pode ter acontecido nos momentos iniciais do filme. Ótimo filme,mas vá preparado, pois é muito diferente de um filme do Juan Campanella. Este filme vai ser capítulo dos livros de cinema e mostra o amadurecimento desta maravilhosa diretora argentina.