segunda-feira, 14 de março de 2011

"Em um mundo melhor" - Oscar de melhor filme estrangeiro 2011


É claro que não poderia deixar de comentar sobre este vencedor do Globo de Ouro e Oscar 2011.
Gostei bastante principalmente da construção dos personagens que se envolvem em problemas sérios como bullying, violência e insegurança familiar.
A vida de duas famílias e suas implicações psicológicas são o ponto alto do filme.
Adolescentes na internet criando problemas e pais se divorciando ganham dramaticidade com a fotografia que oscila entre o gélido clima do interior das casas e o colorido nas locações na África.
A diretora dinamarquesa Susanne Bier já era conhecida pelos seus filmes anteriores onde destaco "Brothers"(2004), "Depois do Casamento"(2006) e nos EUA "Coisas que perdemos pelo caminho" (2007).
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Diretor: Susanne Bier
Elenco: Mikael Persbrandt, William Jøhnk Nielsen, Markus Rygaard, Trine Dyrholm, Wil Johnson, Eddie Kihani, Emily Mglaya, Gabriel Muli, Ulrich Thomsen
Produção: Sisse Graum Jørgensen
Roteiro: Susanne Bier, Anders Thomas Jensen
Fotografia: Morten Søborg
Trilha Sonora: Johan Söderqvist
Duração: 118 min.
Ano: 2010
País: Suécia/ Dinamarca

terça-feira, 1 de março de 2011

"Além da Vida" do "Tio Boonmee"


O novo filme de Clint Eastwood "Hereafter/ Além Da Vida" (2010) dialoga com o vencedor da Palma de Ouro em Cannes em 2010 "Tio Boonmee, que pode recordar suas vidas passadas" (2010).
O filme tailandês do diretor Apichatpeng Weerasethakul mostra os mortos entrando em contato com os vivos ao contrário do filme de Clint.
Mas a beleza dos dois filmes está nos detalhes técnicos cinematográficos.
O filme tailandês se sustenta com um belíssimo desenho de som (melhor que ouvi ultimamente) e com quase total ausência de trilha sonora (exceto no final).
Imagens belíssimas e fotografia com planos longos refletem a monotonia de um personagem à beira da morte.
Técnicamente perfeito e todo filmado numa luminosidade crepuscular o filme tailandês cria nuances muito particulares.
O espectro do fantasma e a duplicação do personagem por exemplo são feitas sem efeitos computacionais usando a "técnica do espelho".
Clint usa sua trilha sonora com alguns espaços de silêncio para interligar 3 vidas distintas e ainda discutir o contato com os mortos e o destino.
Na cena do tsunami Clint se supera com efeitos computacionais impressionantes.
A direção de atores neste filme é muito boa e as atuações são valorizados por belos close-ups.
Curiosamente Clint também brinca de cinema europeu.
Temos claramente um braço inglês com personagens demitidos conversando sobre direitos trabalhistas (Mike Leigh ou até Ken Loach).
As cenas francesas são lideradas pela bela Cécile De France.
O filme é propositalmente filmado com tons sombrios à meia luz e as cores mais vivas só aparecem no final quando Matt Damon encontra seu verdadeiro destino.